quarta-feira, 10 de março de 2010

A mais pura política

A meu ver, a política é, sem dúvida alguma atividade mais nobre para os membros de uma sociedade, pois quando efetivamente praticada, se faz em beneficio de todos, e não de uns poucos. A responsabilidade na política é de todos, que por meio de uma ação coletiva, transformadora, efetivamente atinge a comunidade e ao povo.

O papel da política visa sempre à busca de soluções para os problemas reais da comunidade, com as questões locais, ela solda todas as demais ações humanas em prol do encaminhamento de questões maiores e essenciais da sociedade, é a mediadora das esferas fundamentais da vida coletiva.
Portanto a política não pode ser considerada nociva e perniciosa, quando praticada em sua verdadeira essência é séria e responsável, pois sabe que seus atos atingirão a todos da sociedade.

Não se trata de uma atividade especifica de elites e figurões, tampouco serve de trampolim, quando usada desta forma está destorcida, levando as pessoas do povo a adotar atitudes passivas.

Temos de quebrar estas correntes de desânimo, usando nossa criatividade, por meio de ação organizada, porque precisamos unir nossas forças para mudar a realidade, e levar a todos o bem comum.

domingo, 7 de março de 2010

UM POUCO DE MIM

Meu nome é Janice Massabni Martins, e nos meus 14, 15 anos ingressei no grêmio estudantil, de minha escola, onde permaneci até me formar. Em 1979, ingressei na PUC/SP para fazer direito, na época, com 17 anos, e assim que cheguei na faculdade, fiz duas coisas, a primeira procurar estágio, pois tinha que ajudar minha mãe que era viúva e tinha mais cinco filhos, além de pagar meus estudos, a segunda foi procurar a atlética e o centro acadêmico.
Quando cheguei, soube que a PUC tinha acabado de passar pela invasão, e se via e ouvia nos corredores histórias horríveis de mulheres marcadas para sempre pela ditadura, não só pela invasão, pelo fogo e queimaduras, mas pelas prisões...
Também tinha meu lado atlético ... queria jogar pela faculdade, queria representar nos esportes a PUC. Entrei para a atlética, e logo virei coordenadora de esportes femininos, cargo que estava vago a algum tempo, especialmente pela questão feminina.
E, numa PUC machucada e magoada pela invasão, tinha que trazer mulheres para organizar times de Vôlei, Basquete e handball, e por mais incrível que possa parecer, organizei não só os times, como acabei jogando pelos três, e consegui levar nossos times para os jogos jurídicos, tanto na Capital e no Interior.
No ano seguinte, 1.980, o grupo resolveu ir para o Centro Acadêmico, e assim organizamos o grupo “Debate no 22”, e fomos a luta acabando por ganhar a eleição. Nosso movimento político naquele tempo foi lutar pela ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA.
Com a anistia, alguns anistiados, gente da UNE, que não haviam concluído seus cursos, voltaram e alguns acabaram optando pela PUC, onde tive a oportunidade de conhecer mentes brilhantes. Na faculdade participei ainda no departamento jurídico que prestava assessoria jurídica gratuita a população de baixa renda. Tive a honra de ter aulas com o mestre Franco Montoro. Quando vi nascer o PSDB, logo me alinhei ao partido, trabalhando em diversas eleições do saudoso Mario Covas ... que historia de vida ... que político ... que perda para o Brasil... ai, o interesse começou a diminuir ... fui cuidar da vida, como advogada trabalhei para diversas associações, em especial nos casos da Encol onde vimos 45.000 famílias correndo o risco de perder a poupança de uma vida de trabalho, e consegui após muita luta, que diversas familiais concretizassem o sonho da casa própria, retirando da massa falida as unidades destas pessoas.
Prossegui só advogando, até que vim a conhecer o Deputado Antonio Carlos Mendes Thame, nos anos noventa, e tive a oportunidade de conhecer um novo mestre da Política, homem integro, honesto, de família, quando acabei voltando ao PSDB.
Quanto voltei, levei um susto, vi a dificuldade que é participar ativamente de um partido político, mas acabei conhecendo outras pessoas generosas, que me ensinaram e mais, permitiram meu acesso, em especial, minha Presidente do Secretariado Estadual de Mulheres do PSDB/SP, a Prefeita Fatima de Itaju, como também a nossa Coordenadora, Nancy Thame, além das minhas amigas do secretariado estadual de mulheres por quem nutro o maior apreço.
Tenho tentado continuar esse trabalho, pois é difícil conciliar, família, trabalho e política. Hoje sei que nenhum caminho é tranqüilo, sempre tem pedras ... mas aprendi mais que é possível quebrar os paradigmas da mulher no poder, e, PRINCIPALMENTE QUE NÃO PODE SER QUALQUER MULHER NO PODER, que não basta ser mulher, tem que ter uma historia coerente, o pensamento deve coadunar com o nosso, tem que querer um pais melhor como a mulher tucana quer.
O que eu quero hoje é estar despertando as mulheres para a política, como a minha historia, quantas mais deve haver, quantas mulheres fizeram política estudantil e pelos motivos mais diversos, trabalho, filhos, casa ... acabaram por se afastar, e agora com os filhos criados, começam de novo, como diz o Deputado Mendes Thame: “ quando se preocupa com o que acontece além da porta da sua casa, já se esta fazendo política... “
NO meu entender o esforço de equacionar as relações de família e de trabalho com a participação na política torna o universo feminino algo muito mais complexo do que pode parecer à primeira vista, é palpável a participação das mulheres no mercado de trabalho, mas e na política?
O fato é que não vemos um suporte adequado para que a mulher possa se desenvolver no âmbito profissional e familiar, sem de alguma forma prejudicar a realização pessoal, o que dirá na política ....
A presença da mulher no mercado de trabalho é cada vez maior, vemos muitas atingindo posições de destaque e desempenhando funções antes restritas ao profissional do sexo masculino.
Apesar dessa conquista no mercado de trabalho, é flagrante a dificuldade de aliar a vida familiar à profissional, imagina ainda a mulher aliar a isto tudo a política? É cediço que um dos espaços considerados mais masculinos na sociedade brasileira é a política, vemos que a presença da mulher é garantida apenas pela cota de 30% das vagas para candidaturas nos partidos políticos, mas, ainda assim, o número de mulheres nos três poderes é pequeno, é necessário fazer esta interação., mas para isso é preciso muitas mudanças ...

Neste blog o que pretendo é promover discussões sobre este assunto, é fundamental em todos os contextos, e com isso talvez possamos promover mudanças...
Com este mudar dos ventos, talvez possamos vir a criar um novo olhar, da mulher na política e seus rumos ...e com isso vamos acabar por firmar um novo papel da mulher contemporânea, na política, já que em outras tantas situações, ela já conseguiu se posicionar.
Não é utópico falar em uma mulher realizada em tantos aspectos, ajudando, lado a lado com os homens a formar um mundo melhor.
Precisamos não só trazer mulheres para a política, precisamos engajá-las, incentivá-las, creio que com isso, logo não teremos de nos preocupar com cotas de mulheres, o espaço vai existir e elas estarão lá, trabalhando por uma sociedade melhor.